Olá, seja bem-vindo!!!
Nesse post fazemos uma exposição dos principais mitos relacionados ao abuso sexual de crianças e adolescentes. As dicas que iremos dar aqui serão muito úteis, principalmente para trabalhar a PREVENÇÃO do fenômeno.
Segundo CHARAM (1997: 24), a etimologia da palavra “mito” se origina do grego mythos que quer dizer fábula. O incesto, principalmente quando envolve crianças e adolescentes é marcado por mitos historicamente constituídos, que por sua vez acabam fortalecendo e respaldando o fenômeno. Vamos a seguir desconstituir alguns desses mitos mostrando a verdadeira face dessa modalidade de violência:
No imaginário popular acredita-se que o abusador sexual é um psicopata, um tarado que todos reconhecem na rua. Os pais muitas vezes só se preocupam em alertar os filhos sobre o cuidado com pessoas estranhas.
No entanto, segundo ALLENDER(1999) a maioria dos abusos ocorre entre os membros da família (29%) ou por alguém conhecido da vítima (60%). AZEVEDO e GUERRA (2000) afirmam que 85 – 90% dos agressores são pessoas conhecidas das crianças. Não queremos, entretanto, dizer que esses avisos não sejam importantes, são sim! Porém é necessário alertar nossas crianças para a realidade de que o perigo pode também vir da parte de quem está perto. Não basta preveni-las somente sobre as pessoas estranhas.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Mito 3
Os pais acreditam que a vitimização sexual de crianças é algo raro e que tal coisa jamais acontecerá com seus próprios filhos.
Verdade 3
Segundo AZEVEDO e GUERRA (2000) pesquisas recentes revelam que 1 em 3 a 4 meninas e 1 em 6 a 10 meninos serão vítimas de abuso sexual até a idade de 18 anos.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Mito 4
O tempo cura todos os males e a criança vitimizada sexualmente esquecerá a experiência se ninguém ficar relembrando o assunto.
Verdade 4
A criança nunca esquecerá um abuso sexual do qual foi vítima. Segundo KORNFIELD (2000): “Quando uma criança sofre um choque emocional doloroso, ao qual não tem condições de agüentar, ela pode reagir reprimindo em nível psíquico, jogando para o porão de sua memória, “escondendo” a dor. É um mecanismo de defesa efetivo, que protege a criança para que possa sobreviver à experiência. A dor e as lembranças, portanto, não desaparecem. Ainda estão lá, guardadas no inconsciente da vítima....Às vezes, como citamos anteriormente, há uma amnésia total. No entanto, o abuso ainda vive no plano inconsciente. Mesmo inconscientemente, o peso esmagador dessa dor atrapalha a vida, gerando depressão, desejo de suicídio, reações desproporcionais às situações normais da vida, e muitas vezes uma inabilidade de participar integralmente da vida.”
Os pais, cujos filhos foram vitimizados sexualmente, devem sempre buscar ajuda para os mesmos. Esconder um caso de abuso sexual debaixo do tapete pode custar muito caro à saúde emocional da criança e de sua família.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Mito 5
Quando a criança permite os avanços sexuais do agressor sem esboçar uma resistência, na realidade não existe abuso sexual.
Verdade 5
Na realidade a criança nunca deve ser vista como culpada. O agressor, para executar o abuso sexual, pode recorrer a diferentes métodos. Entretanto, quer seja usada a força, ameaça ou indução da vontade, sempre existirá nessa relação uma desigualdade de poder, onde o adulto leva vantagem sobre a vítima que ainda não possui estrutura física e emocional suficiente para se defender de um ataque dessa natureza.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Referências Bibliográficas:
ALLENDER, Dan. Lágrimas secretas: cura para as vítimas de abuso sexual na infância. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.
AZEVEDO, M.A. e GUERRA, V.N.ª (2000). Telecurso de Especialização na Área da Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes. São Paulo.2000.
CHARAM, Isaac. O estupro e o assédio sexual. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 1997.
KORNFIELD, Débora. Vítima, sobrevivente, vencedor! Editora Sepal, 2000
0 comentários:
Postar um comentário