Os limites são importantes na vida da criança e do adolescente.
Às vezes os pais não mantêm um padrão justo na forma de
disciplinamento dos filhos, gerando mais confusão e angústia do que segurança e
estabilidade.
Podemos exemplificar isso quando observamos pais que quando
estão de bom humor, adotam uma atitude permissiva e condescendente em relação
aos filhos e quando ficam contrariados, descarregam toda sua frustração e
agressividade em cima deles, como se fossem um saco de pancadas.
Quando isso acontece, a criança e o adolescente ficam sem terra
firme para pisar, perdendo a noção do que é certo e do que é errado, já que em
muitas ocasiões, pelo mesmo comportamento, são repreendidos e em outras os pais
simplesmente não ligam para seu comportamento anteriormente castigado.
Outro fato interessante é que, à primeira vista, as crianças e adolescentes
parecem não desejar a demarcação de limites em suas vidas, entretanto, quando
paramos para analisar mais detalhadamente constatamos que, tratando-se de
limites justos e aplicados com coerência, eles são bem recebidos. Isso acontece
porque os filhos percebem, com íntima satisfação, que seus pais impõem certas
regras motivados pela preocupação que sentem pelo bem estar deles.
DRESCHER (1997), relata a
história de uma adolescente de uma família permissiva:
“Uma
mocinha de 17 anos achava difícil acreditar que Deus a amava, porque não podia
mais confiar no amor humano. Certo dia na casa de uma amiga, ela viu a mãe
beijar a filha e dizer: “Olhe, querida, espero que esteja de volta às 11 horas.
Não se atrase. Vou ficar esperando você.” Como se recebesse uma facada no
coração, ela ficou imaginando por que sua mãe nunca parecia se importar onde
ela estava ou quando iria voltar para casa. Para descobrir se a família
realmente se interessava por ela, resolveu ficar fora de casa até tarde, a
ponto que eles se preocupassem com seu bem-estar e talvez até chamassem a
polícia. A jovem foi a um espetáculo noturno. Depois foi para uma estação de ônibus
e encolheu-se num banco, cansada e desejando ansiosamente estar na cama. Quase
de manhã finalmente chegou em casa, fazendo bastante barulho na esperança de
que alguém ouvisse. Ninguém perguntou quem era. Ninguém deu atenção. Na hora do
café ninguém perguntou onde estivera a noite inteira. Ela tinha a sua resposta!
Com essa mágoa profunda no coração estava se arrastando pela vida.”
Não existe dor maior do que sentir a indiferença por parte daqueles
que mais amamos. Às vezes, devido o ativismo do mundo moderno, os pais fazem a
opção de liberar totalmente o controle que deveriam ter sobre seus filhos. Tal
postura, longe de causar alegria às crianças e adolescentes, transmitirá uma
sensação de desamparo e profunda insegurança, onde pensarão que não são amados,
pois raciocinam: quem ama cuida.
Para Refletir:
Você tem dado limites para seu filho?
Sabe
quem são suas amizades?
Acompanha de perto sua vida social? Ou para evitar
desgastes, apenas se limita a pagar as contar, deixando-o a própria sorte?
Fonte:
Maria Leolina Couto Cunha
Especialista na Área do Enfrentamento da
Violência contra Crianças e Adolescentes
Professora Universitária. Advogada. Master
Coach. Analista Comportamental.
Referência
Bibliográfica:
DRESCHER, John M. 1997. Sete Necessidades Básicas da Criança. Editora
Mundo Cristão. São Paulo – SP.
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